sábado, 14 de novembro de 2009

Sem horas e sem dores
Respeitável público pagão
a partir de sempre
toda cura pertence a nós
toda resposta e dúvida
todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
todo verbo é livre para ser direto ou indireto
nenhum predicado será prejudicado
nem tampouco a vírgula, nem a crase nem a frase e ponto final!
afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas
e estar entre vírgulas é aposto
e eu aposto o oposto que vou cativar a todos
sendo apenas um sujeito simples
um sujeito e sua oração
sua pressa e sua prece
que a regência da paz sirva a todos nós... cegos ou não
que enxerguemos o fato
de termos acessórios para nossa oração
separados ou adjuntos, nominais ou não
façamos parte do contexto da crônica
e de todas as capas de edição especial
sejamos também o anúncio da contra-capa
mas ser a capa e ser contra-capa
é a beleza da contradição
é negar a si mesmo
e negar a si mesmo
é muitas vezes, encontrar-se com Deus
com o teu Deus
Sem horas e sem dores
Que nesse encontro que acontece agora
cada um possa se encontrar no outro
até porque...

tem horas que a gente se pergunta...
por que é que não se junta
tudo numa coisa só?
“Quando eu durmo;
...fico encantada,
Meu espírito sai para passear;
Vôo sem asas, visito países, que nunca nem pensei,
Quando durmo, algo em mim, vira feitiço e se aflora;
Revelando outro ser, sou apenas quem eu queria ser!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009


Sentido da vida
Não sei se a vida é curta ou longa demais para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido.
Se não tocarmos o coração das pessaos.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe...
Braço que envolve...
Palavra que conforta...
Silêncio que respeita...
Alegria que contagia..
Lágrima que corre...
Olhar que acaricia...
Desejo que sacia...
Amor que promove...
E isso não é coisa do outro mundo...
É só o que dá sentido à vida !
É o que faz com que ela não seja nem curta nem longa demais.
Mas que seja intensa, verdadeira, pura e encantada...
Enquanto durar.

Cora Coralina

domingo, 1 de novembro de 2009

quem sou eu:
Amadurecimento
Aprenda a gostar de você, a cuidar e você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você...
A idade vai chegando e, com o passar do tempo, nossas prioridades na vida vão mudando...  Mas uma coisa parece estar sempre presente... A busca pela felicidade com o amor da sua vida.
Desde pequenas ficamos nos perguntando "quando será que vai chegar"?
E a cada nova paquera, vez ou outra nos pegamos na dúvida "será que é ele"?
Como diz o meu pai: "nessa idade tudo é definitivo", pelo menos a gente achava que era..
Cada namorado era o novo homem da sua vida. Faziam planos, escolhiam o nome dos filhos, o lugar da lua-de-mel e de repente... PLAFT! Como num passe de mágica ele desaparecia, fazendo criar mais expectativas a respeito "do próximo".
Você percebe que cair na guerra quando se termina um namoro é muito natural, mas que já não dura mais de três meses.
Agora, você procura melhor e começa a ser mais seletiva. Procura um cara formado, trabalhador, bem resolvido, inteligente, com aquele papo que a deixa sentada no bar o resto da noite.
Você procura por alguém que cuide de você quando está doente, que não reclame em trocar aquele churrasco dos amigos pelo aniversário da sua avó, que jogue "imagem e ação" e se divirta como uma criança, que sorria de felicidade quando te olha, mesmo quando está de short, camiseta e chinelo.
A liberdade, ficar sem compromisso, sair sem dar satisfação já não tem o mesmo valor que tinha antes.
A gente inventa um monte de desculpas esfarrapadas, mas continuamos com a procura incessante por uma pessoa legal, que nos complete e vice-versa.
Enquanto tivermos maquiagem e perfume, vamos à luta... e haja dinheiro para manter a presença em todos os eventos da cidade: churrasco, festinhas, boates na quinta-feira. Sem falar na diversidade que vai do Forró ao Beatles.
Mas o melhor dessa parte é se divertir com as amigas, rir até doer a barriga, fazer aqueles passinhos bregas
Passamos longos anos de nossas vidas achando que sabemos de tudo, que somos o porto seguro de nossos irmãos, de nossos pais, de nossos filhos, de nossos amigos e de um grande amor.
Achamos que isso é amor: o proteger. No entanto, a nossa felicidade interior nunca vem, então entramos em crise existencial, a velha e conhecida crise de que muitos falam.
Neste momento é que percebemos que nunca tivemos nada, apenas não deixamos que os outros vivessem sem nós. No entanto essas pessoas também nunca foram felizes.
Só então descobrimos a verdade das coisas, ninguém pode ser feliz se anulando para viver por alguém, jogando tapete entre a lama para o outro pisar.
O outro não quer ser aprisionado, também é infeliz, quer fazer suas próprias escolhas, quer se sujar na lama, quer sentir o sabor da sua própria caminhada.
Isso tudo aprendi, hoje sou mais feliz, não quero mais me anular, também não desejo viver por ninguém, além de mim. Posso dar apoio nas horas de dificuldades para aqueles a quem amo, mas cada um tem que escolher o que for melhor para si, viver as suas reais dificuldades.
Hoje sei que o amor não aprisiona, o amor é livre e além do mais devo me amar e viver cada vez mais para mim, ser egoísta no bom sentido, pois caso contrário vou perder cada vez mais os outros e principalmente a pessoa mais especial: eu mesmo...